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A nossa equipa é composta por diferentes profissionais da área da Comunicação. Assessoria, Comunicação Corporativa, Redes Sociais, Protocolo e Marketing Pessoal são temas que semanalmente vamos abordar por aqui!

Assessoria de imprensa

Abordagem de questões/temáticas que se colocam frequentemente aos assessores de imprensa.

A Comunicação e as Redes Sociais

A disseminação de informação pelas redes sociais mudou totalmente o paradigma do tempo em relação à prática da comunicação empresarial, sobretudo no que diz respeito à assessoria de imprensa. Hoje, possuir uma cultura de comunicação é insuficiente. É necessário ter uma cultura de comunicação em tempo real,

Comunicação Corporativa

A comunicação corporativa é essencial para empresas e precisa ser colocado em prática para otimizar a eficiência do trabalho corporativo.

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quarta-feira, 21 de setembro de 2016

NARCOS, a estratégia social


Nas últimas semanas fomos invadidos pela comunicação da nova temporada da série NARCOS em tudo o que é rede social: You Tube, Facebook, Twitter, etc.... 

Actualmente verificamos que os produtores de séries televisivas usam e abusam das redes sociais para envolver os seus fãs, semana após semana, à medida que os episódios vão decorrendo. Usualmente na semana anterior à exibição do episódio vão libertando informações sobre o mesmo, de forma a despertar a curiosidade dos espectadores, e a aumentar o buzz das conversações.

No entanto, e apesar do Netflix disponibilizar todos os episódios de uma só vez, verificou-se que a produtora teve a necessidade de estruturar a sua campanha de forma a manter o público envolvido ao longo das semanas de exibição nos canais televisivos.

Narcos, conta a história de Pablo Escobar e do cartel de drogas de Medellín. O principal objectivo da produtora nas redes sociais foi para a fase inicial da campanha a sensibilização e antecipação.

Após o lançamento, mudaram o foco para conduzir a audiência, e criando uma identidade social ​​que transcende o mundo da serie.

Propuseram-se a criar uma amplitude do trabalho que combinava com o nível de qualidade, entretenimento e profundidade que faz a série ser fantástica.

Numa última análise, queriam que o público encontra-se substância e valor nos canais sociais, além do entretenimento. Pretendiam que os canais sociais de Narcos ganhassem vida própria, o que seria uma vitória para a produtora.

A estratégia global foi o de fornecer profundidade relacionada com a marca Narcos ao trazer a verdadeira história da série para o espaço social.

Em qualquer momento das campanhas realizadas não se tinha ideia que a série já tinha sido exibida na totalidade, mantendo assim a curiosidade em cada episódio. Para manter esta conexão com o público, foram selecionadas temáticas abordadas na série e que eram mais relevantes na cultura: a ambiguidade moral, riqueza excessiva, e da cultura da cocaína.

Isto criou uma narrativa paralela para a série onde eram seduzidos os seguidores, sem nunca estragar a trama. Procuraram evitar a fadiga de conteúdos, dividindo as partilhas por temáticas.

Uma vez que a série aborda assuntos sensíveis, foi um desafio trazer essas temáticas para o dia a dia dos espectadores.  Todos os dias os seguidores nas redes Narcos eram surpreendidos com conteúdos que em muitos casos pouco tinham a ver com o episódio da série, mas sim com a vida real, procurando sensbilizar para os perigos do crime e da droga.

Criaram a hashtag #Cokenomics para comunicar a economia do comércio de cocaína. Cada um foi concebido para comparar os fatos surpreendentes e as figuras do cartel com efeitos visuais relacionáveis, tudo através de infográficos visualmente atraentes.

Outro sucesso de micro-campanhas que lançaram foi a hashtag #SmuggleandSeek, uma ativação no Facebook que deu vida à dinâmica entre o cartel e os agentes da DEA.

Passados 3 meses do início da campanha, já possuíam 2 milhões de fãs nas três plataformas: Facebook, Instagram e Twitter.

A série foi um dos maiores sucessos do ano, com duas nomeações ao Globo de Ouro e 
Netflix alegando que teve mais espectadores do que Game of Thrones, da HBO.

A campanha social atraiu uma multidão de fãs de alto perfil, como Anderson Cooper, Mario Lopez, Piers Morgan e Ricky Gervais que se envolveram com os canais meses após o lançamento da série.

A cada semana, além do conteúdo mensal, executaram com sucesso conteúdos dinâmicos e criativos!
Criaram para o Facebook um novo conjunto de emoticons, no Instagram usaram a hashtag #GOP relacionada com o primeiro debate republicano.

Todas estas acções, entre muitas outras, possibilitaram que NARCOS obtivesse os melhores resultados na participação activa nas redes sociais, entre todas as séries de televisão!


Assista ao vídeo resumo da acção nas redes sociais de Narcos: 



Alguns exemplos de imagens usadas:




















sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

‪#‎HeForShe‬


"It is my belief that there is a greater understanding than ever that women need to be equal participants in our homes, in our societies, in our governments and in our work places. And they know that the world is being held back in every way because they are not" - Emma Watson


Cada um de nós pode e deve contribuir. A forma como agimos no nosso núcleo, a forma como interpretamos o papel da mulher e do homem na sociedade. Porque há distinção? Não está a ser pedido nenhum favor, nenhum tratamento especial... Devem ser garantidos os mesmos direitos e o acesso às mesmas oportunidades. Não se trata de uma dualidade homem vs. mulher, não é uma luta de poder, é uma luta pela igualdade: pela igualdade de géneros. É hora de quebrar, de uma vez por todas, o status quo obsoleto, a imagem estereotipada, pois isso é discriminar.

É importante que exista este tipo de endorsement por parte de figuras públicas, para chamar a atenção e consciencializar a população. A atriz Emma Watson soube tomar partido da influência mundial que possui para, como embaixadora da UN Women, lutar por uma causa em que acredita, conseguindo com que esta passasse também a ser a causa de milhares de pessoas, e conquistando o apoio de figuras como Yoko Ono, Hillary Clinton e o Príncipe Harry. 

Todos podemos fazer a diferença. #‎HeForShe  









Mariana Luís Gonçalves

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Esqueça tudo o que sabe sobre as Redes Sociais!



Desde que surgiram as Redes Sociais, e o respectivo aumento do "poder" dos consumidores, que andamos a dizer aos administradores de empresas que podem alcançar visibilidade e retorno da comunicação a custo "0"!

No entanto, desde o início deste ano, que todos podemos ler nos órgãos de comunicação tradicionais, em blogs, websites e afins, que as redes sociais são um "flop" que o alcance para as marcas através do Facebook é 0!!! E em alguns casos muitos dizem que o Facebook irá desaparecer....

Em outras palavras... vai aqui uma grande confusão!!!!!


Esta apresentação de Gregory Pouy , Fundador da LaMercatique, vai permitir perceber melhor do que as pessoas falam! Faça uma pausa e veja a apresentação!

Helder Gonçalves


terça-feira, 3 de junho de 2014

Com bom humor, também se comunica em Curitiba!


A comunicação institucional nas redes sociais está a ganhar um novo fulgor no Brasil, graças ao projecto da autarquia de Curitiba, a capital do Paraná no Brasil.

Desde março, as páginas da autarquia nas redes começaram a ganhar um perfil mais informal, que tenta aproximar os munícipes da cultura e dos símbolos locais. 



São comuns os comentários irónicos sobre o clima instável na cidade como: "neste momento temos 16 ºC e a perspectiva de tirar e colocar a blusa várias vezes durante o dia de hoje"; ou: "o mundo falando do eclipse lunar de ontem que durou 78 minutos e ninguém ainda se deu conta do eclipse solar que já dura 49 horas em nossa cidade".

No Brasil, a participação nas redes por parte das administrações públicas não é muito habitual. São Paulo por exemplo nem sequer tem um perfil oficial no Facebook. No Rio de Janeiro, o tom dos “posts” é o mesmo da agência oficial da autarquia.
De acordo com os seus responsáveis a forma “curitibana” de atuar na internet foi inspirada em exemplos internacionais, como o de Barack Obama (tanto a campanha quanto a gestão de comunicação da Casa Branca) e das autarquias de Berlim, Nova York, Amsterdão e Paris.
Para mim este é um caso prático de uma correta utilização das redes sociais em prol do cidadão! Estão a utilizar as ferramentas para o objectivo principal de criar diálogo! Eles comentam qualquer comentário e nenhum pedido de informação fica sem resposta!

Da mesma forma que uma marca procura gerar entrosamento com um consumidor para que ele adquira um produto, neste caso querem que os munícipes consumam os produtos da sua cidade, participando de forma cívica na política da mesma!


Existe, no entanto, o cuidado de mediar as críticas para que o espaço não se torne uma tribuna de ofensas, algo comum em plataformas da web. As críticas são mantidas, mas quando há calúnia ou ofensas, o comentário é apagado e o usuário, comunicado do seu bloqueio.
Outro procedimento utilizado é nunca usar a imagem ou o nome do “prefeito” Gustavo Fruet (PDT). As páginas pessoais de Fruet são administradas por outra equipa e embora às vezes se aproxime na forma de actuação, é mais contida. 
objectivo declarado do formato é chamar a atenção a partir das brincadeiras e embutir as informações sobre a cidade. 



O caso dos novos táxis é um exemplo assim como uma campanha para redução e gestão mais adequada do lixo.



A autarquia de Curitiba atribuiu recentemente 750 novas placas de táxi. Na sua página no Facebook, o órgão tratou de informar que nenhum dos novos taxistas fazia o estilo de Travis Bickle, o psicopata do filme "Taxi Driver", de Martin Scorsese.
O post exemplifica a estratégia de comunicação nas redes sociais adoptada pela administração municipal, que vem ganhando fãs dentro e fora da capital paranaense. A página no Facebook é seguida por 204 mil pessoas, quase 20% da população da cidade. No Twitter, são outros 27 mil seguidores.

Para os responsáveis o objectivo é destruir a ideia que Curitiba é uma cidade fechada e de população sisuda. 

Um grande exemplo de Curitiba!



Helder Gonçalves

terça-feira, 22 de abril de 2014

A #GlobalSelfie da NASA

A NASA pretende marcar o dia da Terra através da criação de uma imagem do
planeta através da junção de milhares de #Selfies pessoais num mosaico.

Para a concretização deste projeto a NASA convida todas as pessoas a partilharem as suas "Selfies" nas redes sociais com a Hashtag #GlobalSelfie.

Já partilhaste a tua?

Mais info em: http://www.nasa.gov/content/goddard/globalselfie/index.html#.U1Z20vldXTq

Helder Gonçalves




sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A comunicação digital numa nova forma de promoção do Turismo Gastronómico: o exemplo da Cooking Lisbon


Cooking Lisbon é um conceito único baseado na cozinha tradicional portuguesa, que partilha sabores, experiências e um leque de produtos tradicionais portugueses, com os turistas que visitam Portugal e os Portugueses.

A Cooking Lisbon conta com uma equipa de chefs profissionais, prontos a auxiliar na preparação, confecção e a cozinhar os ingredientes, para que todos as entradas, sopas, pratos e sobremesas, sejam um reflexo da cultura portuguesa e da gastronomia local.

As ementas desenvolvidas, tiveram como base o reconhecimento internacional
da gastronomia portuguesa, os ingredientes de cada época, as preferências dos potenciais clientes nacionais e internacionais, tendo sempre em consideração um ambiente descontraído de lazer, bem-estar e gastronómico.

O espaço, localizado no centro da cidade de Lisboa, entre a R. Santa Marta e a Av. da Liberdade, é adequado para grupos até 14 pessoas com total conforto, privacidade e acima de tudo, aprendizagem da gastronomia portuguesa para os que o frequentam.

A Cooking Lisbon disponibiliza um leque de serviços, estudados criteriosamente ao longo dos últimos três anos e aprofundados em viagens a outros países.

Actualmente, disponibiliza os serviços de: 
  • Cooking Classes (aulas de cozinha, máximo 14 pessoas, sector do turismo), 
  • Market Tours (visitas ao mercado), 
  • Private Groups (Actividades e Jantares com menu definido), 
  • Wine Tastings and Pairings (Provas de vinhos e formação), 
  • Chef Solutions (Soluções para chefs). 

Com um posicionamento distinto e uma comunicação informal, aposta sobretudo nas redes sociais para a sua expansão de negócio e as referências nacionais e internacionais.


Online, a marca está presente através do seu site de internet está presente no Facebook, Instagram e Twitter

Offline, o conceito está situado na Tv. Enviado de Inglaterra, em Lisboa (próximo da Av. da Liberdade e R. de Santa Marta).

Helder Gonçalves

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A Essência do Vinho “já não é” apenas aqueles 4 dias.


A Essência do Vinho é um dos maiores eventos vínicos nacionais, senão o mais importante e mediático de todos. 

Durante 4 dias, consegue reunir milhares de apreciadores de vinho, e de diversas placas de consumo: desde produtores, consumidores, jornalistas vínicos, críticos e profissionais do vinho. 

A maioria destes visitantes são nacionais, mas no entanto uma fatia bastante considerável é já internacional e desloca-se propositadamente para este evento. 

Para não falar ainda, nos últimos anos, da componente gastronómica que já não se consegue dissociar da área vínica. 

Um evento localizado no belíssimo edifício do Palácio da Bolsa, para além de toda a graciosidade que as salas interiores nos dão, ainda conferem uma vista panorâmica sobre a sala inferior, essa repleta de mesas com produtores a “dar à prova” os seus vinhos, na tentativa de fecharem negócios proveitosos para o ano seguinte. 

Declaro-me como uma fã incondicional deste evento, no qual conheci algumas das personalidades vínicas que sempre acompanharam a minha incursão profissional nesta área. São quatro dias de provas, intenso trabalho e muitas conversas, muita aprendizagem e, claro, para muitos, muita diversão. 

Muito se poderia escrever sobre a arquitectura, o evento, as iniciativas, e toda a envolvência que consegue afinar na cidade do Porto durante estes quatro dias, mas irei falar de uma outra perspectiva: a Essência do Vinho “já não é” apenas aqueles 4 dias.

Tudo começa muito antes, na comunicação deste evento. Confesso que não vejo uma comunicação assertiva, ao nível do que este evento poderia ser.

Temos aqui diversos tipos de comunicação paralela e interceptada, sendo que a primeira é a comunicação entre Essência do Vinho e consumidor do evento, o visitante. 

A praticamente uma semana antes do início do evento, quase nenhuma informação havia sobre o mesmo, a não ser alguns apontamentos no site. 

O programa ainda não havia sido divulgado, nem os expositores, nem tampouco as actividades paralelas. 

As social media inerentes à organização também não tinham nenhuma informação concreta e válida, a ponto de dar efectivamente, razões e mais-valias ao visitante para adquirir bilhete para este ano. 

Ao fazermos uma breve comparação com outros eventos vínicos semelhantes a nível internacional, vemos que a organização da Essência do Vinho está a 20% daquilo que poderia estar a nível de comunicação eficaz e ao patamar de “melhor evento vínico nacional”. 

Mas esta lacuna de comunicação que eu considero uma falha, pode ser aos olhos de muitos apenas mais um pormenor, pois o número dos visitantes continua a aumentar de ano para ano, são milhares os que continuam a visitar o evento.

Outro tipo de comunicação que é feita neste tipo de evento é a que existe entre o expositor e o consumidor final, que neste caso é entre o produtor e o cliente que compra vinho na garrafeira e leva para casa. Aqui as falhas são muitas e gravíssimas. Um expositor faz investimento monetário e de recursos humanos para marcar presença neste evento, mas a verdade é que ainda não sabe como tirar os melhores benefícios disso.

Apesar de estar na área dos vinhos há poucos anos, considero-me bastante activa e atenta às campanhas que se vão fazendo nesta área e posso dizer, com toda a certeza, que mesmo estando ligada a bases de dados vínicas, ter subscrito a maioria das newsletters dos produtores, ou ter o meu feed sempre no “on” para as redes sociais, jornais, revistas… pouquíssimos foram os produtores que comunicaram e incentivaram a presença do seu consumidor no evento. Dizer que vão lá estar, convidar para os visitar, tudo isto faz parte. 

Mas ainda assim, a comunicação poderá ser ainda mais profunda. O engajamento entre produtor e consumidor pode ser muito maior. 

Tudo começa muito antes da célebre quinta-feira profissional do evento: muito antes disso, é necessário justificar o investimento monetário que se faz neste evento. 

A comunicação pré-evento, de acordo com o gráfico é tão ou mais importante do que a comunicação durante o evento. Só desta forma será possível manter uma comunicação eficaz com o mesmo consumidor depois do evento terminar. 


Com isto não quero dizer que os produtores não sabem comunicar com os seus clientes: estou a afirmar que não o estão a fazer.

Não estão a comunicar, não estão a valorizar e não conseguem criar valor ao terem milhares de pessoas a provar os seus vinhos, durante 4 dias. 

Quanto vale um visitante da Essência do Vinho para cada produtor? 
Quanto vale cada minuto na mesa de provas? 
No final do evento, quanto vale o contacto que trago na mão? 
O que vou fazer, como vou fazer para valorizar este recurso? 

Porque já não podemos ir para um evento a pensar “que temos que lá estar, o retorno vem depois”. 

Hoje em dia, com a velocidade a que vivemos o ROI começa muito antes do evento começar.

Muito poderia ser falado sobre a comunicação positiva e activa que poderia ser feita por todos, para que o melhor evento vínico nacional pudesse também ser uma referência de boas práticas comunicacionais a nível internacional, mas nunca o fazemos, porque nos habituamos a fazer sempre igual: muitos já fazem diferente, mas são poucos.


Deixo este artigo como forma de alerta para os expositores, e um apreço à organização da Essência do Vinho por mais um ano nos dar a oportunidade de comunicar com o mercado. 

No entanto, não quero terminar sem deixar uma palavra de apreço específica a Nuno Guedes Vaz Pires, Director Executivo da Wine que, de forma directa ou indirecta, consegue comunicar este evento com grande profundidade e panorâmica.

Diana Carvalho

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Boas práticas na comunicação online: chega de "wine infoxication" sem valor

O universo que gira em torno do vinho vai ter de continuar a adaptar-se, durante os próximos anos, à revolução da comunicação, seja online ou offline.

No entanto, e apesar de existir uma forte tradição na linguagem offline, esta adaptação tem sido fortemente reforçada na comunicação online, de modo a encontrar-se cada vez mais na posição de ter de falar directamente com o consumidor final e interagir com ele nas recentes fragmentações dos canais media.

Isto sugere que mais pessoas envolvidas directamente no negócio vínico estejam a comunicar com um número finito de leitores atentos a que chamamos “winelovers”.

Através de cada vez mais plataformas digitais, os chamados bloguers, críticos de vinho ou wine experts começam a saturar os canais de informação com wine reviews, conselhos vínicos ou mesmo dicas de consumo, iniciando um fenómeno de “wine infoxication”.

Mas este fenómeno está a ser impulsionado na sua maioria pelos produtores e agências de publicidade que, não querendo perder a pequena porção que lhes resta de leitores ou followers, tornam-se parciais na sua forma de comunicação, chegando mesmo a “contratar” wine bloguers e afins para a criação de conteúdo, vulgo posts patrocinados, hoje em dia.

No entanto, existe uma linha muito ténue entre o que é um conselho vínico e o que é publicidade vínica, quando falamos de comunicação online.

Sobre esta relação entre “wine infoxication” e consumo de vinho, o crítico de vinhos Jamie Goode vai mais além e afirma mesmo que  "houve uma explosão da criação de conteúdo, mas este aumento não foi necessariamente acompanhado pelo aumento de consumo de vinho das pessoas. ", o que me leva a concluir que este investimento desenfreado em informação não tem o retorno esperado, ou ainda não teve a curto/médio prazo.

Não é difícil de compreender que a globalização e crescimento das social media, blogues de vinho e websites cada vez mais especializados significam que realmente existe um consumidor de vinho envolvido, curioso e com acesso a conteúdo muito bom sobre vinho, sendo a maior parte dele conteúdo livre e gratuito. O grande inconveniente é que a comunicação destes locais especializados normalmente só chega àqueles que já têm interesse evoluído e maduro sobre vinho, que já conhecem esses locais e já subscreveram as suas redes. Além disso, o desaparecimento de algumas colunas vínicas em magazines mainstream acaba por reforçar a ideia de que o vinho é apenas para um público específico, especializado, um núcleo fechado a que apenas muito poucos têm acesso.

Isto está errado. Se este tipo de comunicação “jet set” continuar a persistir e se continuar a crescer igualmente a quantidade de vinho produzida a nível mundial, mas se estagnar a quantidade de vinho a ser consumido, muitas serão as regiões vínicas a sofrer um agravamento nas exportações, desconfiando que a Austrália será um desses primeiros países, seguido da Nova Zelândia e Chile.

Os produtores, os retalhistas, e mesmo os wine experts, têm de encontrar novas maneiras de envolver directamente os consumidores nos seus projectos. E é este o grande desafio da comunicação online/offline: sair da bolha especialista e engajar o consumidor comum de modo a fazê-lo comunicar connosco. Desmistificar a linguagem vínica é um dos primeiros passos. Os que comunicam vinho para o consumidor não podem ter a mesma linguagem que um enólogo tem na adega ou que um analista tem na sala de prova ou no laboratório. Criar um storyboard interessante não é recorrer a “bloguers” que são pagos para postarem os seus vinhos. Ser autêntico na forma de comunicar e ser sincero e honesto na maneira de se apresentar é a chave de ouro para fidelizar um consumir de vinho online. A exclusividade oferecida vai determinar o valor de cada “fã” vínico: pode alcançar valores impagáveis.

O consumidor está atento e não gosta de fake wine e muitos menos de ver sempre a mesma “wine infoxication”. Gosta de um vinho com sabor a algo real e autêntico, quer saber de onde veio e para onde vai. O consumidor não leva para casa um vinho importante: mas senta-se à mesa com um vinho amigo.


Diana Carvalho