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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
A saia da discórdia
O episódio mediático em torno do tamanho da saia da Consultora do Presidente da República para os Assuntos da Juventude e Desporto durante a cerimónia de condecoração do futebolista Cristiano Ronaldo com o grau de Grande- Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, no passado dia 20 de janeiro, levou-me a fazer a seguinte reflexão.
A indumentária com que Carla da Cruz Mouro, 36 anos, se apresentou devia ter sido objeto de notícia?
Não.
A saia sobrepôs-se ao acontecimento?
Não no dia do evento, mas nos dias que se seguiram sim, principalmente nas
redes sociais. Os chamados especialistas de etiqueta, moda e comportamento social encheram páginas com as suas opiniões, gerando outras tantas fofoquices….
Felizmente, nem todos os Órgãos de Comunicação Social enveredaram pelo fait-divers. É preocupante quando, com tantos assuntos graves que se passam atualmente no país, alguém esteja interessado em espreitar por debaixo da saia…
A Presidência da República Portuguesa, como é óbvio, deixou “morrer” o assunto, optando por não fazer qualquer tipo de comentário. E fez bem.
A questão é simples. A “polémica” era evitável? Sim.
É claro que Carla da Cruz Mouro tem todo o direito de vestir o que bem lhe apetece!
A não ser que a Presidência da República estipule um código de conduta quanto ao vestuário, a consultora de Cavaco Silva tem a liberdade de vestir o que quiser. Será que se veste assim todos os dias para o trabalho ou apenas em cerimónias oficiais daquela importância? Sinceramente…isso interessa?
Há uma coisa que se chama bom senso. O assessor ou consultor, quando se encontra no exercício das suas funções, deve ser discreto exatamente para não desviar atenções do que é realmente importante. A ocasião em si obriga a uma maior sobriedade e contenção.
Carla Mouro está ali para fazer o seu trabalho. Ninguém se esqueça disso.
Mesmo que o Cristiano Ronaldo esteja a ser agraciado pelos seus feitos desportivos. Agora, quanto menos o público e a Comunicação Social repararem que ela lá está, melhor. É sinal de que o trabalho está a ser feito corretamente e dentro do planeado.
O consultor ou assessor só deve ser protagonista quando tem que dar a cara pela empresa/instituição que representa, obedecendo sempre a orientações superiores.
Dulce Salvador
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
Gestão de crises
Considerada por Maristei Mafei (1) a “cerimónia de batismo”
de um assessor de imprensa, a gestão de uma crise de imagem envolve “uma
overdose de adrenalina” que se não for devidamente contida arrisca-se a cair no
descontrolo total.
Acidentes naturais, erros humanos, avarias mecânicas,
escândalos de corrupção podem, em muitos casos, comprometer a imagem de uma
empresa/instituição.
Se há situações verdadeiramente improváveis, há também
outras tantas previstas e perfeitamente evitáveis.
“Agilidade,
perspicácia e segurança” são, por isso, fundamentais para gerir uma situação de
crise que envolve o cliente/ empresa/instituição.
Prepare a crise quando não há crise. Hoje em dia já é
bastante comum, sobretudo nas grandes empresas/instituições, a elaboração de um
plano de contingência ao nível da comunicação pronto para ser acionado em
situações de crise.
O melhor mesmo, em qualquer situação, é enfrentar a crise e
prestar informação de interesse público. “Em situações de crise, os órgãos de
comunicação social até podem colaborar com as empresas, mas para que isso
aconteça, a relação tem que ser de muita confiança e a empresa tem que admitir
o seu erro, enfrentá-lo e a abordar as suas propostas de soluções.
A Assessoria de Imprensa para além de ser uma fonte, tem que
ter a capacidade de criar situações que facilitem a cobertura jornalística das
atividades importantes do assessorado, e que consigam atingir, manter e, em
alguns casos, recuperar a boa imagem junto da opinião pública” (2).
“Deixar andar” ou tentar “controlar a imprensa” para evitar
a publicação de uma notícia negativa significa simplesmente atirar mais lenha
para a fogueira. O efeito é precisamente o contrário do desejado. Escamotear
informação apenas denuncia irregularidades e medo da verdade. Mais cedo ou mais
tarde, a verdade virá à tona.
A decisão deve ser tomada num curto espaço de tempo. Se quer
que saibam a verdade, o melhor é assumir desde início o problema. Reconheça.
Não minimize a sua importância. Procure inteirar-se do que realmente se passou.
Recorra a pareceres técnicos, se for preciso. “Reconhecer a dimensão da crise,
e os vários feitos, é um ato de humildade que a imprensa valoriza” (1).
O passo seguinte é definir o porta-voz que prestará
declarações à Comunicação Social, o que irá transmitir e em que meios o fará. “Deve-se
eleger um porta-voz que passe credibilidade, controlo e conheça a empresa e o
problema. Alguém experiente, que saiba ouvir e mantenha-se calmo sob pressão.
Que fale com clareza, esteja acessível e diante do qual o público não se sinta
diminuído. Tem que ser alguém que se sinta preparado para falar sobre qualquer
tema polémico, por mais inusitado que seja” (3).
O assessor de imprensa não serve apenas para transmitir a
versão dos factos da empresa/instituição aos órgãos de comunicação social. Deve
ser parte integrante de todo o processo de tomada da decisão e estar na posse
de toda a informação. É o assessor de imprensa que garante aos órgãos de
Comunicação Social, através da sua credibilidade, que a postura da
empresa/instituição para a qual trabalha assenta numa política de
transparência.
Lembre-se: Ou está disponível para colaborar ou a
Comunicação Social vai procurar informação junto de outras fontes, que nem
sempre são as mais esclarecidas sobre o assunto em foco.
A crise também pode ser, segundo Danielle Tristão Bittar,
“uma fonte de oportunidades”. Já pensou na exposição pública gratuita que o seu
cliente/empresa/ instituição terá e a atenção que merecerá do público? Esse
momento deve ser aproveitado para lançar mensagens positivas, divulgando
produtos inovadores e projetos com responsabilidade social da
empresa/instituição.
Admitir o erro junto da Comunicação Social não chega. É
preciso corrigi-lo. Caso contrário, a crise repetir-se-á e, da próxima vez, a
opinião pública não terá dó nem piedade.
Dulce Salvador
(1)
“Assessoria
de Imprensa. Como se relacionar com a Mídia” de Maristela Mafei. Edição
Contexto.
(2)
“Marketing e Comunicação Política” (Maria Manuel
Simões, Marisa Dias Antunes, João Pedro Cunha, Acílio Marques, Carlos Lopes,
Inácio Beirão, Lisboa, 2009, Edições Sílabo”.
(3)
“O poder da assessoria de comunicação nos
momentos de crise” de Danielle Tristão Bittar, 2012, Edição da Universidade Salgado
de Oliveira.
terça-feira, 19 de novembro de 2013
Clipping: Maratona ou contra-relógio?

O Clipping serve só de ‘prova de vida’ do Assessor de Imprensa?
Só para demonstrar à instituição/ empresa para a qual foi contratado o resultado do seu trabalho?
É óbvio que quanto maior for a cobertura mediática, maior será a projeção do evento/produto/empresa/ instituição.
Mas quem pensa que o trabalho do Assessor de Imprensa se circunscreve ao sucesso mediático de um determinado evento está redondamente enganado.
A Assessoria de Imprensa assenta numa estratégia não de curto, mas de médio e longo prazo, pois os resultados não são nem devem ser vistos como pontuais.
Um exemplo: A inauguração de uma exposição.
É óbvio que quanto mais interesse mediático suscitar a cerimónia de inauguração, mais adesão deverá ter por parte do público que a visitará nas semanas seguintes. Todavia, se a duração da exposição for de seis meses, é necessário ‘alimentar’ o interesse pelo evento para que a sua cobertura mediática se prolongue no tempo.
O Clipping não é apenas a recolha, catalogação e análise de todas as notícias que dizem respeito ao evento, mas antes um ato contínuo e em constante evolução.
O Clipping é um trabalho diário. E quando é bem feito dá mesmo trabalho! Sei que há empresas especializadas neste tipo de recolha, mas a verdadeira análise e transmissão de resultados é feita pelo Assessor de Imprensa.
A influência que os press-releases, comunicados ou dossiers de imprensa produzem nas notícias que são publicadas/difundidas é da inteira responsabilidade do Assessor de Imprensa.
A análise do Clipping deve ser o mais isenta possível. Não vale a pena inventar notícias ou dar interpretações abusivas a uma análise estatística.
Quando corre mal, corre mal. E é preciso assumir e apresentar de imediato uma nova abordagem.
O Clipping deve ser analisado quer pelo Assessor de Imprensa quer pelo responsável da empresa/instituição. O carácter das notícias, os pontos favoráveis e desfavoráveis, as primeiras páginas, as fotografias, os protagonistas, a dimensão (espaço/tempo), o suporte, os diferentes tipos de Órgãos de Comunicação Social abrangidos, são apenas alguns dos critérios quantitativos e qualitativos que devem merecer uma profunda reflexão no relatório.
Muitos dos grandes mal-entendidos (que originam, por vezes, notícias negativas ou crises nas redes sociais com graves consequências para a empresa/instituição) devem-se à falta de preparação dos porta-vozes/protagonistas que prestam declarações ou que se apresentam com um visual completamente inadequado. O Clipping, em última instância, é uma espécie de barómetro da popularidade. Quem não percebe isso, não devia prestar declarações à Comunicação Social.
Acima de tudo, é fundamental que o Clipping apresente uma conclusão. Há sempre coisas a melhorar. Sempre. Podemos sempre orientar o evento/ produto para uma nova abordagem, tendo em vista potenciais visitantes/consumidores. É esta a diferença entre a estratégia do contra-relógio e a da maratona. Quem souber tirar partido da informação que o Clipping contém, saberá sempre o que deve fazer para contornar futuras adversidades.
O Clipping deve ainda incidir na monitorização da chamada ‘concorrência’. Conhecer a realidade de outras empresas/ instituições permite-nos “rever o plano de negócios e interpretar melhor as tendências do sector” (1).
Se alguém faz depender a contratação ou manutenção de um Assessor de Imprensa do número de notícias que sai na Comunicação Social, então o melhor é procurar um Publicitário. O Assessor de Imprensa não vende detergentes. Promove credibilidade.
Dulce Salvador
(1) “Assessoria de Imprensa. Como se relacionar com a Mídia” de Maristela Mafei. Edição Contexto.
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Disponível ou Extinto!
“O planeamento estratégico da comunicação ajuda a evitar que a assessoria apenas reaja aos eventos e às questões do dia-a-dia” (1). É assim que funciona. Grande parte dos assuntos que merecem cobertura mediática resulta de uma parceria entre o Assessor de Imprensa e o Órgão de Comunicação Social. A parceria constrói-se através de uma relação de confiança.
Contudo, as notícias não têm hora marcada. Derrocadas, explosões de gás, incêndios, acidentes de avião, são situações extremas inesperadas, daí que o Assessor de Imprensa deva preparar-se para as situações de crise. Humanamente é impossível estar-se disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Nas grandes empresas ou administrações é comum a existência de uma equipa que funciona como uma espécie de piquete para casos como os anteriormente referidos.
O telemóvel, especialmente o smartphone, com o acesso à Internet, contribuiu para aumentar a disponibilidade do Assessor de Imprensa. Todavia, nem sempre os Assessores de Imprensa dispõem de equipas que garantam o apoio aos jornalistas fora do “horário normal de expediente”. Tendencialmente, é mais fácil fornecer aos jornalistas o contacto direto da autoridade ou representante da instituição do que “fazer a ponte” entre ambas as partes.
Mas isso é um sinal de falta de profissionalismo ou até de preguiça. O Assessor de Imprensa deve exigir sempre melhores condições de trabalho sob pena de a empresa/instituição para quem trabalha. Além do risco de a informação transmitida ser incompleta ou até incorreta, quem atende o telefone pode não estar minimamente preparado para prestar esclarecimentos sobre determinada matéria. Ou…até pode estar a ter um dia mau e responder de uma forma intempestiva ao jornalista. Em todas as situações, quem é SEMPRE prejudicado é a empresa/instituição.
Há ainda outro risco. Ao eliminar o seu papel de intermediário entre a Comunicação Social e a Instituição, o Assessor de Imprensa corre o risco de extinção, pois, da próxima vez que um jornalista necessitar de contactar com alguém da instituição, não perderá tempo e seguirá pela via mais fácil- a via direta.
Ao mediar o contacto entre a empresa/instituição e os jornalistas, o Assessor de Imprensa permite que se prepare uma resposta fundamentada e integrada. E assim, todos ficam a ganhar.
1) (“Uma Assessoria de Imprensa Responsável na Era Digital”, Marguerite Hoxie Sullivan, Departamento de Estado dos EUA, Bureau de Programas de Informações Internacionais, 2012, Edição da Série Manuais).
Dulce Salvador
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
A verdade e o mito do sabonete
“É tão fácil vender um presidente como vender um sabonete”. A célebre frase de Emídio Rangel, então
diretor da SIC, caiu, de facto, em desuso.
diretor da SIC, caiu, de facto, em desuso.
Não se pode vender uma ideia que não existe, porque a mentira tem perna curta. A credibilidade é o nosso maior património. E na política já não vale tudo para ganhar votos. Longe vão os tempos em que bastava aparecer para existir. Felizmente, já não é assim. Os 15 minutos de fama propagados por Andy Warhol atingiram um nível de exagero tal que o público está cansado de…sabonetes! Queremos um e que seja bom! Já chega de publicidade enganosa.
Mas ainda há gente que acredita no Pai Natal e tem mais de dez anos. “Marketing político não é propaganda, e por muito que custe a acreditar, o Marketing Político não faz milagres para quaisquer candidatos, não fabrica imagens por encomenda; se o candidato ou o governante não for credível, de nada lhe vale o Marketing Político.
Por isso mesmo, a credibilidade e o político devem andar de mãos dadas pois, só com trabalho sério, integridade pessoal e credibilidade política, o governante, o autarca, ou o candidato se poderão socorrer do Marketing Político para transmitirem a sua mensagem e conseguirem o respeito do cidadão ou do eleitor”, lê-se no livro “Marketing e Comunicação Política”.
Como já disse em artigos anteriores, o Assessor de Imprensa não é um ilusionista nem argumentista de ficção. “ (…) Um assessor de imprensa do governo não é um mágico que pode transformar uma política ou um programa que não está funcionando em algo que pareça estar funcionando bem. As relações públicas não podem substituir programas eficazes ou ideias que valem a pena. Um secretário de Imprensa não pode criar uma imagem de honestidade se as autoridades do governo não forem honestas” (2).
Então o que pode o Assessor de Imprensa fazer? No que diz respeito à relação com os Órgãos de Comunicação Social, promove-se uma espécie de “pacto de não-agressão, muito embora seja intransponível a barreira da luta dos jornalistas pelo direito à informação”.
A solução reside na verdade. Sempre a verdade. “Não importa o tamanho da organização ou as ferramentas usadas na comunicação, o princípio fundamental das comunicações eficazes é: diga sempre a verdade. Independentemente do meio de comunicação- seja um blog, um vídeo no Youtube, uma entrevista na rádio ou um artigo impresso- o que importa é a verdade” (2).
Em situações de crise, tal como refere o livro “Marketing e Comunicação Política”, o Assessor de Imprensa deve, em nome da instituição para quem trabalha, admitir e enfrentar o erro, preparar soluções, facilitar a cobertura jornalística e tentar recuperar a boa imagem junto da opinião pública. E só com a verdade isso é possível.
Dulce Salvador
Dulce Salvador
1) “Marketing e Comunicação Política” (Maria Manuel Simões, Marisa Dias Antunes, João Pedro Cunha, Acílio Marques, Carlos Lopes, Inácio Beirão, Lisboa, 2009, Edições Sílabo”.
2) “Uma Assessoria de Imprensa Responsável na Era Digital”, Marguerite Hoxie Sullivan, Departamento de Estado dos EUA, Bureau de Programas de Informações Internacionais, 2012, Edição da Série Manuais.
terça-feira, 16 de julho de 2013
The million dollar question
“Como eu tenho a certeza de que o meu evento terá cobertura mediática?”. É esta a pergunta mais ouvida pelos assessores de imprensa.
Os clientes, quaisquer que sejam, se ‘compraram’ os serviços de um assessor de imprensa esperam resultados. Todavia, não existem fórmulas mágicas. O assessor de imprensa não é o Harry Potter. Não é com truques que se garante a cobertura mediática de um evento, mas com trabalho, muito trabalho.
Até o José Mourinho quando promete títulos para os clubes de futebol que orienta sabe que há sempre o risco (ainda que seja ínfimo) de isso não acontecer.
O mesmo acontece no dia-a-dia do assessor de imprensa. Trabalha-se o ‘risco’ para que seja reduzido, mas ele existe sempre. Quem disser o contrário, está a mentir.
A nota de imprensa pode ser muito apelativa. O contacto telefónico ou via e-mail pode ser muito simpático. Mas são várias as circunstâncias que determinam o sucesso do evento.
É óbvio que o trabalho de formiguinha, que ninguém vê, colhe mais tarde os seus frutos. A relação de confiança que se estabelece com os órgãos de comunicação social deve ser sempre encarada como um investimento a longo prazo.
O bom assessor de imprensa não lhe dá garantias de nada. Porquê? Porque o seu trabalho assenta num “trapézio”. Na véspera de um evento, pode ter a confirmação da presença de todos os jornais, rádios, revistas e televisões, e, no momento, surgir um imprevisto como a demissão do Governo, um incêndio de enormes proporções, um choque em cadeia numa autoestrada ou a morte de uma figura importante, e no dia do evento não aparecer ninguém para fazer a cobertura.
Há sempre esse risco. Também há o risco de não ser considerado importante por uns, mas sim por outros. Há eventos que consideramos pouco mediáticos e que, posteriormente, se revelam interessantes para um canal de televisão ou uma revista. Nunca sabemos.
A tarefa mais importante do trabalho de um assessor de imprensa não é garantir a cobertura mediática, mas sim gerir egos. E sobre isso falarei num próximo artigo.
Dulce Salvador
Dulce Salvador
sexta-feira, 28 de junho de 2013
Notas de imprensa ou Comunicados?
As célebres Notas de Imprensa anunciam, por norma, algo importante que merece a cobertura ou, no
mínimo, a sua divulgação num órgão de Comunicação Social.
As notas de imprensa devem ser usadas como ‘convocatórias’ . Devem ser apelativas e interessantes, suscitando a curiosidade, mas sem exagerar. As notas de imprensas devem ser sempre ‘verdadeiras’. Para tentar ‘vender’ um determinado evento, os assessores de imprensa são tentados, muitas vezes, a exagerar na sua importância ou grandiosidade. O que acontece é que, no local, os jornalistas se apercebem que foram ‘enganados’. Um exemplo: o assessor de imprensa anuncia “Milhares de pessoas recebem cortejo de carnaval com 30 carros alegóricos”. O jornalista chega ao local, vê ‘meia dúzia de gatos-pingados’ na assistência e 30 carros alegóricos ‘fraquinhos’…
As notas de imprensa também não devem revelar tudo. Caso contrário, o assessor de imprensa corre o risco de não ter ninguém a cobrir o evento. Se a informação divulgada for suficiente, então a presença no local, além de acarretar custos, é desnecessária. Qualquer informação adicional deve ser entregue no próprio dia e no local, ou, posteriormente, enviada por e-mail juntamente com fotos ou vídeos do evento.
Para assumir uma posição sobre determinado assunto ou anunciar uma decisão extremamente importante, o comunicado é o melhor suporte. Frequentemente usado em substituição da conferência de imprensa, o comunicado evita que os intervenientes sejam confrontados pelos jornalistas com questões difíceis.
Quando o tema é polémico e justifica um esclarecimento, o comunicado é o ideal. Deve ser claro para que não haja necessidade de novas declarações para explicar o que o interveniente quis dizer. Na minha opinião, e apesar da insistência quer de rádios quer de televisões, o comunicado nunca deve ser ‘explicado’ pelo interveniente. Bem sei que, para os meios audiovisuais, a imagem e o som são fundamentais, mas para isso existe a citação.
Dulce Salvador
terça-feira, 18 de junho de 2013
Dossier de Imprensa: o que conter?
Tudo menos a chamada ‘palha’.
Sim, porque há empresas e pessoas que pensam que um dossier de imprensa deve ter tudo aquilo que diz respeito a um evento… mesmo o que não tem interesse nenhum!

Apenas a informação pertinente (e complementar) deve constar neste documento. Se a Nota de Imprensa visa informar / dar conhecimento / convocar, o Dossier de Imprensa deve incluir informação mais detalhada, se possível ilustrada com imagens / quadros / gráficos / fotografias, mas desde que seja útil.
Os dossiers de imprensa (em papel ou em suporte digital) devem ser entregues em mão aos jornalistas presentes no evento. Todavia, podem ser posteriormente enviados por via electrónica para quem não pôde – e avisou atempadamente- fazer a cobertura no local.
Caso o assessor de imprensa entenda que deve privilegiar um determinado órgão de Comunicação Social na divulgação do evento, a distribuição do dossier de imprensa pode ser antecipada mediante uma negociação entre todas as partes envolvidas.
Dulce Salvador

Apenas a informação pertinente (e complementar) deve constar neste documento. Se a Nota de Imprensa visa informar / dar conhecimento / convocar, o Dossier de Imprensa deve incluir informação mais detalhada, se possível ilustrada com imagens / quadros / gráficos /
O dossier de imprensa de um evento como um festival, uma feira medieval ou uma corrida de automóveis deve apresentar um breve resumo que contextualize a sua organização, assim como os horários, o programa e o seu alinhamento, a localização (se possível com mapa), as bilheteiras, as saídas de emergência, os condicionalismos de trânsito, os transportes, a informação/biografia sobre os intervenientes (grupos, bandas) ou as actividades previstas.
O documento deve ainda incluir breves declarações do promotor/organizador e os logos de quem patrocine e/ou apoia o evento.
Dulce Salvador
quinta-feira, 6 de junho de 2013
O que NUNCA se deve fazer

É óbvio que é mais fácil enviar uma nota de imprensa ou comunicado para TODOS os contactos, mas isso não garante sequer a sua divulgação. Há assuntos ou eventos que interessam mais a uns do que a outros. Como tal, o envio deve ser ponderado e seletivo consoante o grau de interesse.
O assessor de imprensa também não pode ser visto como ‘um porreiraço’. Ceder a sua base de dados - nem que seja à professora dos filhos para divulgar a festa de Natal da escola - é um erro. Informação é poder.
Ao ceder o nosso instrumento de trabalho, estamos a dar um sinal que o nosso trabalho se limita a carregar num botão. Ajudar não é dar tudo numa bandeja. Ajudar é dizer o que é preciso fazer.
O trabalho de um assessor de imprensa paga-se. Não é com estas “benesses” que se criam oportunidades de trabalho.
Dulce Salvador
Ao ceder o nosso instrumento de trabalho, estamos a dar um sinal que o nosso trabalho se limita a carregar num botão. Ajudar não é dar tudo numa bandeja. Ajudar é dizer o que é preciso fazer.
O trabalho de um assessor de imprensa paga-se. Não é com estas “benesses” que se criam oportunidades de trabalho.
Dulce Salvador
sexta-feira, 31 de maio de 2013
Follow up: sim ou não?
É uma questão que se coloca frequentemente aos assessores de imprensa.
Depois do envio da nota de imprensa a convidar o órgão de Comunicação Social para cobrir um determinado evento, deve ou não o assessor de imprensa contatar a redação a confirmar a presença do jornalista?
E no final do evento, deve ou não questionar, a quem não esteve presente, se está ou não interessado em receber imagens, informação ou até a obter declarações do interveniente?
A velha escola diz-nos que sim. Mas este contacto pode, em último caso, ser considerado um tipo de pressão, o que é, de todo, pejorativo.
O trabalho de um assessor de imprensa começa antes do evento, mas nunca acaba depois da sua conclusão. A monitorização e análise (clipping) das notícias que saíram sobre o evento determinam o sucesso ou fracasso do trabalho de assessoria de imprensa.
Mas isto fará ainda sentido?
As redações têm cada vez menos pessoas. Os custos com deslocações, transporte e horas extraordinárias obrigam as administrações a fazerem cortes para evitarem despedimentos, principalmente nas delegações.
Sugere-se que, apenas em eventos que justifiquem previamente a confirmação de presença- jantares, cerimónias oficiais, cerimónias privadas, eventos de massas- se contactem as redações com este intuito. Recordo que o pedido de credenciação em eventos como festivais de música ou cerimónias de tomada de posse de Executivos deve ser obrigatório. Todavia, deve-se sempre encarar com alguma tolerância o atraso ou a inexistência de uma resposta a esta solicitação.
Muitas vezes, e apesar de estar agendado, só em cima da hora se sabe se determinado órgão de Comunicação Social fará a cobertura do evento no local. Atenção, a tolerância não deve nunca ser confundida com facilitismo. Um órgão de Comunicação Social não está isento de responsabilidade. Todos precisamos uns dos outros. Até os jornalistas têm que perceber isso. Confirmar a presença e depois não aparecer no evento ou não confirmar e aparecer sem aviso prévio são situações lamentáveis.
O fim do evento representa apenas “meio caminho andado”. Há muito mais a fazer. Em vez de privilegiar um determinado órgão de Comunicação Social, deve elaborar-se um comunicado, acompanhado de imagens, com declarações dos intervenientes para quem não esteve.
A escolha de um órgão de Comunicação Social para divulgar um assunto em primeira mão deve também ter em linha de conta quem colabora, quem cumpre, quem é profissional.
Dulce Salvador
Dulce Salvador
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