O ano que agora começa será sem
dúvida marcado por dois grandes eventos desportivos de escala mundial. O
Mundial de futebol que se realizará no Brasil no próximo verão e os Jogos
Olímpicos de Inverno que terão lugar na Rússia no próximo mês de Fevereiro.
Os dois eventos, estão desde já
marcados por vários problemas a vários níveis, sendo que as questões de
segurança são um dos itens mais discutidos neste momento.
Relativamente aos jogos olímpicos
de inverno que se irão realizar em Sóchi/Krasnodar, estão desde já sob ameaça
de actos de terrorismo, em função dos recentes atentados bombistas, um numa
estação de comboios e outro num eléctrico, ambos em Volvogrado e ambos com
várias vítimas mortais.
Os atentados, segundo as
autoridades de segurança russas, foram atribuídos aos extremistas islâmicos do Cáucaso
Norte, que em Julho tinham prometido diversos ataques para impedir a realização
dos jogos.
Assim,
e ainda antes do inícios dos jogos, a sombra de mais atentados e de uma
insegurança irá sem dúvida marcar toda o período até ao dia 23 de Fevereiro,
dia em que será apagada a pira olímpica.
A
segurança é um dos factores mais cruciais em todos os eventos e ainda mais
neste eventos de escala mundial, que acabam por ser usados como bases de
mediatização para determinados problemas regionais, tal como sucedera nos Jogos
de 1972 em Munique, com o ataque à Aldeia Olímpica e sequestro e morte de
vários atletas israelitas.
No
caso do mundial do Brasil, existem várias dúvidas, sobre por um lado questões
de infra-estruturas, ou seja no que diz respeito à concretização plena dos
vários estádios que estão a ser finalizados e à sua segurança, sendo que têm
surgido vários problemas. Ainda recentemente caiu uma cobertura de uma bancada
num estádio na zona de S. Paulo, o que veio adensar ainda mais os receios face
à resolução dos processos de obras a tempos do inicio do mundial e em que
condições de segurança, para os espectadores.
Por
outro lado, as movimentações sociais que se verificaram, durante a realização
da Taça das Confederações, evento habitualmente prévio ao mundial e que serve
para testar vários aspectos organizativos, entre eles o da segurança, deixaram
claro que haverá mais momentos críticos a este nível quando se aproximar o
mundial, que sem dúvida terá uma atenção mediática ainda maior e que por isso
deverá também verificar diversos momentos de contestação social juntos dos
estádios e nas principais cidades brasileiras.
Para
além da habitual exigência de medidas que este género de eventos, de escala
mundial, exigem, quer os jogos olímpicos de inverno, quer o mundial de futebol,
parecem ter de lidar com questões de segurança extra, que se num caso, a
Rússia, poderiam ser de esperar, no caso do país do samba e futebol, não seria
de certeza algo que a maioria dos analistas de segurança em eventos contariam.
Por
isso é que o estudo das questões de segurança são um dos grandes desafios na
preparação e organização de grandes eventos, numa era dominada pelas redes
sociais, pelo auto-jornalismo digital, ou seja por uma mediatização de qualquer
momento ao segundo e de forma viral.
Miguel Macedo
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