Mais do que um BLOG

Todas as temáticas sobre a Comunicação. Notícias frescas sobre as últimas tendências do meio!

Equipa diversificada por profissionais do meio

A nossa equipa é composta por diferentes profissionais da área da Comunicação. Assessoria, Comunicação Corporativa, Redes Sociais, Protocolo e Marketing Pessoal são temas que semanalmente vamos abordar por aqui!

Assessoria de imprensa

Abordagem de questões/temáticas que se colocam frequentemente aos assessores de imprensa.

A Comunicação e as Redes Sociais

A disseminação de informação pelas redes sociais mudou totalmente o paradigma do tempo em relação à prática da comunicação empresarial, sobretudo no que diz respeito à assessoria de imprensa. Hoje, possuir uma cultura de comunicação é insuficiente. É necessário ter uma cultura de comunicação em tempo real,

Comunicação Corporativa

A comunicação corporativa é essencial para empresas e precisa ser colocado em prática para otimizar a eficiência do trabalho corporativo.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Quando o viral não é genial




Ficou célebre a campanha da equipa sueca da Pepsi, envolvendo um boneco com a camisola de Cristiano Ronaldo na Selecção Nacional amarrado a uma linha de comboio e ainda alvo de “vodoo”.

Em vésperas do Suécia-Portugal, do playoff de acesso ao Mundial’2014, essa foi a forma encontrada pela famosa marca de refrigerantes para cativar o target local, fazendo a mira à principal figura do opositor no campo de futebol, até como forma de exponenciar os sentimentos à flor da pele.

Acontece que essa principal figura é igualmente uma máquina ao nível comercial e publicitário. A imagem Ronaldo gera emoções, sejam elas de cariz positivo ou negativo, e é incapaz de passar despercebida por qualquer um dos quatro cantos do mundo. Por isso, qualquer campanha envolvendo o seu nome é quase sinónimo de visibilidade… com tudo o que isso poderá trazer de bom ou mau.

No caso da pepsi, foi a segunda hipótese a vigorar. Não estando em causa o objetivo nobre da empresa, e mesmo admitindo que não houve qualquer intenção de má-fé, a campanha foi tudo menos famosa.
Curiosamente, a amplitude global da mesma, apesar da figura incontornável que é Ronaldo, apenas foi atingida graças ao poder das redes sociais, quando a mesma começou a circular no Facebook e no Twitter.

A partir daí, sucederam-se as críticas dos utilizadores, que inundaram a página da Pepsi no Facebook de comentários reprovadores, ao mesmo tempo que surgiam as tradicionais (enfadonhas, repetitivas e sem nexo) páginas de boicote contra o consumo deste refrigerante.

Há quem lembre que importante é que se fale de, seja bem ou mal. O caso da Pepsi é a prova de que essa máxima sai muitas vezes furada. Viral? Sim. Genial? Nem lá perto. O facto de a própria multinacional ter sido obrigada a retratar-se comprova-o. Até mesmo a Federação Portuguesa de Futebol interveio, sinal da repercussão da campanha.

Como ó óbvio, será em Portugal e não na Suécia ou noutro qualquer país que a Pepsi pagará o preço mais alto. E nem o pedido de desculpas que, na minha opinião, faz todo o sentido, impedirá o crescimento dos tentáculos.

Mas, sejamos justos. A morte anunciada nas redes sociais não é sinónimo de uma queda na mesma proporção na vida real.
Tal como em outros negócios, a efetivação do entusiamo do utilizador das redes sociais para o palco real tem arrastado consigo dificuldades crónicas. Existe adesão no Facebook, mas tal não significa necessariamente que o mesmo aconteça no negócio em si.

Dessa forma, a Pepsi não cairá num poço sem mundo. Haverá, obviamente, consequências ao nível da sua penetração no mercado português, com um possível incremento a favor da rival Coca Cola, mas sem o dramatismo que se antevia.

Este é um exemplo crasso de que uma campanha de uma multinacional, ainda para mais envolvendo um nome tão forte, deve ser medida à escala mundial mesmo que dirigida para um público local. Possivelmente, só pelo facto de a campanha contar com o nome Ronaldo se esperaria resultados imediatos, nomeadamente na Suécia. Mas a globalização tem destas coisas.

E convém também não esquecer que a Pepsi patrocina um tal de Lionel Messi.

Aos olhos de muitos nada é inocente, mesmo que realmente o seja…

Por João Socorro Viegas

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

[S]electing Europe | EuroPCom 2013


Mais de 650 gestores de comunicação e especialistas seniores de autoridades europeias de âmbito nacional, regional e local, reuniram-se em Bruxelas de 16 a 17 de Outubro de 2013 para a quarta conferência EuroPCom.

Foram dois dias repletos de partilhas de insights estratégicos e experiências práticas na área da comunicação. 

No total, mais de 75 especialistas falaram durante as sessões plenárias e workshops com foco nas próximas eleições europeias de 2014 e, mais genericamente, sobre o papel e a posição dos comunicadores públicos durante o período eleitoral.

É objetivo principal desta Conferência Europeia sobre Comunicação Pública inspirar cidades e regiões, bem como os principais membros da UE, de forma a desenharem a sua estratégia de comunicação, formando novas redes que transcendem fronteiras. Visa igualmente encorajar todos os níveis de governo para desenvolverem uma política de comunicação para uma UE descentralizada.

A conferência é uma iniciativa do Comité das Regiões, organizada conjuntamente pelo Parlamento Europeu, pela Comissão Europeia, pelo Conselho da União Europeia e pela actual Presidência Lituânia bem como pelo Comité Económico e Social Europeu.

Com honra pertenço ao conselho consultivo da EuroPCOM, que elaborou o conceito, conteúdo e promoção da conferência. 

Este órgão é composto por representantes dos parceiros institucionais, parceiros regionais de conferências anteriores e várias redes europeias de diretores de comunicação (Clube de Veneza e CDAD), agências de comunicação (EACA) e pesquisadores em áreas como a comunicação pública, redes sociais e jornalismo (ECREA).

No decorrer das próximas semanas irei apresentar resumos dos conteúdos abordados em cada área específica.


Aqui fica o vídeo do resumo da 4ª edição da EuroPCom:



Helder Gonçalves

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Comunicação de Vinho VS Comunicar Vinho

Muitas empresas relacionadas com o mercado vínico nacional ainda não sabem “como” nem “onde” vender o seu vinho, acompanhando a velocidade dos mercados actuais.

Mas pior do que não saberem vender é não conseguirem encontrar a melhor forma de comunicar o vinho que representam, seja de que tipo for e, este, é bem capaz de ser o Tendão de Aquiles de muitos marketers ou gestores de comunicação.

Uma prática comum é responder abertamente que o vinho vende-se e comunica-se igualmente da mesma forma directa: junto do cliente, atrás do balcão da garrafeira ou do supermercado gourmet. É verdade, mas não é a verdade absoluta e completa, não é toda a verdade, sendo que existem muito mais acções que completam a comunicação. Hoje em dia, comunicar e vender vinho B2C (e mesmo B2B) não é apenas isto. 

Há uns anos atrás, quando iniciei a minha jornada pela comunicação vínica, encontrei nesse ponto uma arma fortíssima: incentivar a compra do vinho olhando directamente nos olhos do cliente, explicando a vantagens desse vinho e conseguindo suprimir as necessidades de harmonização que ele me pedia.

Rapidamente consegui esgotar essa energia de novidade e encantamento junto dos clientes, pois passados uns meses de fidelização, eu sentia o meu cliente a pedir algo novo, diferente, diferenciador.

Comecei a procurar comunicar de outra forma, sem nunca descurar o atendimento de balcão. Nesse momento, parei para pensar: onde estou: para onde quero ir: o que vou fazer?

Foi então que, através de alguns “mapas”, um pouco de brainstorming e muita paciência, lá comecei a desenhar um plano de comunicação para uma garrafeira familiar, pequenina, na cidade de Vila Nova de Gaia.

Sem nenhum trunfo nas mãos a não ser um pouco de conhecimento e uma vontade enorme de crescer, procurei informação sobre o que outras garrafeiras estavam a fazer, gastei horas tentando encontrar estudos sobre comunicação vínica.

Depois de abrir imensos links, ler com afinco e espremer o sumo da laranja, o que sobrou foi muito pouco: não existia quase nenhuma informação sobre comunicação vínica. Mas, se ao início isto me deixou um pouco confusa, passado uns momentos até me deixou bastante contente: havia um caminho a desbravar!

A partir desse momento, resolvi entrar nas redes sociais através do Facebook, que na altura ainda não estava no seu “auge social”, sendo que ainda não existiam sequer páginas de comunidade, ou seja, a minha garrafeira tinha um perfil pessoal e eu tinha que ir pedindo amizade a cada um dos que já eram meus clientes e a clientes novos.

Resultado: muito trabalho, mas com o efeito novidade!

Passei a comunicar com fotografias, sugestões e alguns teasers, que resultavam muito bem, pois nessa altura quase nenhuma empresa sabia sequer se podia ou não estar presente numa rede social.

Infelizmente isto acontece imenso em Portugal, por um lado as empresas não arriscam e por outro não procuram sequer saber até onde podem ir.

Bem, em poucas semanas, o perfil da garrafeira era um sucesso nesta rede social, os nossos “amigos” pediam cada vez mais sugestões e posts, conselhos vínicos, sugestões de harmonizações.

O que descobri?
Que as mulheres adoram comprar vinho!

Através de uma simples conta de Facebook, consegui converter potenciais-clientes-mulheres em compradoras fidelizadas na garrafeira-loja, aumentando em cerca de 70% as visitas semanais nas provas vínicas.

Vinham de cidades próximas, vinham de longe, de propósito conhecer a loja e falar com a “garrafeira”, que era eu. Elas, as clientes-mulher, tinham confiança nos conselhos que liam, porque sentiam que estava alguém de confiança por trás desses conselhos, tal e qual como se eu estivesse atrás do balcão, a olhar nos olhos do cliente.

E é isto que é comunicação nas redes.

Este é o ponto de partida de um bom gestor de comunicação, seja em vinho ou noutro sector qualquer. Atrás de qualquer empresa ou plano de comunicação, está uma pessoa em quem podem confiar, está um recurso humano. E foi por ser um recurso humano com vontade de comunicar, que hoje em dia consigo comunicar com alguns dos jornalistas vínicos internacionais de renome, trocando ideias, sugerindo, aprendendo.

E vai ser este o ponto de partida para as minhas próximas participações aqui no Communication Advisory, vou escrever um pouco sobre tudo o que é possível fazer quando comunicamos “vinho”, seja online ou offline.

Mais ainda: vamos descobrir que não existe comunicação impossível no vinho, não existe silêncio neste mundo sensorial.

Até quando estamos a provar um vinho, em silêncio, ele está a comunicar connosco.

Diana Carvalho

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Chris Christie: a boa exceção que baralha a regra


Não há boa regra sem boa exceção e isso é especialmente verdade na política americana.

A vitória retumbante de Chris Christie na reeeleição para o governo do estado da Nova Jérsia (mais de 60% votos) voltou a colocar os holofotes sobre este popular e carismático político republicano, que governa um estado tradicionalmente democrata, agora com legitimidade reforçada.

Depois de escolhas falhadas em 2008 (John McCain) e 2012 (Mitt Romney), e com uma noção de que nomes mais ligados 
à ala radical como o senador Ted Cruz, do Texas, ou a ex-governadora Sarah Palin, do Alasca, são apenas estrelas fugazes que não teriam capacidade de agarrar o centro político da América, as bases do Partido Republicano têm Chris Christie na mira.

Será ele uma hipótese forte a considerar para a nomeação presidencial republicana de 2016?

A avaliar pelas sondagens, Christie não é apenas «uma hipótese a considerar»: é mesmo o único republicano que se bate de igual para igual com Hillary Clinton na eleição geral para 2016, que definirá o sucessor de Barack Obama na Casa Branca.

Nos quase três anos que ainda faltam para as eleições presidenciais na América (dois anos e meio para se fecharem as nomeações partidárias), muito ainda pode acontecer.

Com o Presidente Obama a bater no fundo dos índices de popularidade (sofrendo as ondas de choque dos erros na implementação do ObamaCare), o apetite pela corrida republicana para 2016 vai aumentando.

Mas uma coisa parece já certa: se se confirmar este favoritismo precoce de Christie do lado republicano, estaremos mesmo perante um daqueles casos em que a exceção reforça a regra.

Chris Christie tem quase tudo o que as regras da comunicação política aconselhariam a não ter: é visivelmente gordo, exibe figura rotunda (correu até o rumor que Mitt Romney não o escolheu para vice-presidente do ticket republicano para 2012 por achar que Christie tinha «peso a mais»); é desbocado, diz coisas politicamente incorreto e tem o coração demasiado perto da boca.

Nestes tempos de ditadura comunicacional, Chris Christie gosta de baralhar as regras. A poucos dias da eleição de 2012, quando o Sandy devastou o seu estado da Nova Jérsia, Chris mandou às malvas a fidelidade partidária e elogiou a forma como Obama, candidato democrata rival do aliado Romney, havia agido prontamente como Presidente, na gestão da crise.

No circo da alta política americana, em que os pormenores de imagem são analisados ao detalhe, Chris Christie não só não se intimida com o peso excessivo que tem, como até já fez gala de mostrar que pode comer um hamburger em frente às câmaras, sem que com isso perca o seu «appeal» eleitoral (novamente comprovado nas urnas, na sua folgada reeleição). 

Como é que isto é possível? Chris Christie é a prova de que, sendo importante, a uma boa imagem só tem eficácia política se for acompanhada de um bom candidato.

Os trunfos de Chris não estão na balança, nem sequer no cálculo das suas ações políticas. Pelo contrário, eles residem na sua autenticidade, numa reconhecida capacidade de liderança pelo exemplo e na forma generosa como se bate pelos interesses dos eleitores do seu querido estado da Nova Jérsia.

Nem tudo está perdido. 

Germano Almeida

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Clipping: Maratona ou contra-relógio?


O Clipping serve só de ‘prova de vida’ do Assessor de Imprensa?

Só para demonstrar à instituição/ empresa para a qual foi contratado o resultado do seu trabalho?



É óbvio que quanto maior for a cobertura mediática, maior será a projeção do evento/produto/empresa/ instituição.

Mas quem pensa que o trabalho do Assessor de Imprensa se circunscreve ao sucesso mediático de um determinado evento está redondamente enganado.
A Assessoria de Imprensa assenta numa estratégia não de curto, mas de médio e longo prazo, pois os resultados não são nem devem ser vistos como pontuais.

Um exemplo: A inauguração de uma exposição.
É óbvio que quanto mais interesse mediático suscitar a cerimónia de inauguração, mais adesão deverá ter por parte do público que a visitará nas semanas seguintes. Todavia, se a duração da exposição for de seis meses, é necessário ‘alimentar’ o interesse pelo evento para que a sua cobertura mediática se prolongue no tempo.

O Clipping não é apenas a recolha, catalogação e análise de todas as notícias que dizem respeito ao evento, mas antes um ato contínuo e em constante evolução.

O Clipping é um trabalho diário. E quando é bem feito dá mesmo trabalho! Sei que há empresas especializadas neste tipo de recolha, mas a verdadeira análise e transmissão de resultados é feita pelo Assessor de Imprensa.

A influência que os press-releases, comunicados ou dossiers de imprensa produzem nas notícias que são publicadas/difundidas é da inteira responsabilidade do Assessor de Imprensa.

A análise do Clipping deve ser o mais isenta possível. Não vale a pena inventar notícias ou dar interpretações abusivas a uma análise estatística.

Quando corre mal, corre mal. E é preciso assumir e apresentar de imediato uma nova abordagem.

O Clipping deve ser analisado quer pelo Assessor de Imprensa quer pelo responsável da empresa/instituição. O carácter das notícias, os pontos favoráveis e desfavoráveis, as primeiras páginas, as fotografias, os protagonistas, a dimensão (espaço/tempo), o suporte, os diferentes tipos de Órgãos de Comunicação Social abrangidos, são apenas alguns dos critérios quantitativos e qualitativos que devem merecer uma profunda reflexão no relatório.

Muitos dos grandes mal-entendidos (que originam, por vezes, notícias negativas ou crises nas redes sociais com graves consequências para a empresa/instituição) devem-se à falta de preparação dos porta-vozes/protagonistas que prestam declarações ou que se apresentam com um visual completamente inadequado. O Clipping, em última instância, é uma espécie de barómetro da popularidade. Quem não percebe isso, não devia prestar declarações à Comunicação Social.

Acima de tudo, é fundamental que o Clipping apresente uma conclusão. Há sempre coisas a melhorar. Sempre. Podemos sempre orientar o evento/ produto para uma nova abordagem, tendo em vista potenciais visitantes/consumidores. É esta a diferença entre a estratégia do contra-relógio e a da maratona. Quem souber tirar partido da informação que o Clipping contém, saberá sempre o que deve fazer para contornar futuras adversidades.

O Clipping deve ainda incidir na monitorização da chamada ‘concorrência’. Conhecer a realidade de outras empresas/ instituições permite-nos “rever o plano de negócios e interpretar melhor as tendências do sector” (1).

Se alguém faz depender a contratação ou manutenção de um Assessor de Imprensa do número de notícias que sai na Comunicação Social, então o melhor é procurar um Publicitário. O Assessor de Imprensa não vende detergentes. Promove credibilidade.

Dulce Salvador

(1) “Assessoria de Imprensa. Como se relacionar com a Mídia” de Maristela Mafei. Edição Contexto.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Protocolo em Eventos



A preparação protocolar de um evento exige naturalmente um trabalho prévio com diferentes equipas componentes do evento.

O protocolo, num evento não existe apenas na definição de precedências de intervenções ou de lugares, mas sim em todo no conjunto de todo o evento.

Por isso o protocolo deve ter em conta aspectos como:

Gráfico/Visual - Todos os elementos gráficos e visuais de um evento, estão normalmente repletos de logótipos, de símbolos, de bandeiras, de sinalética variada, em línguas diferentes e é importante antes da produção de todo este material, ter em conta que tudo está correcto e evitar gafes tão habituais, como logótipos antigos, símbolos com falhas e traduções com erros. 

Ainda recentemente o Primeiro-ministro Passo coelho foi recebido numa cerimónia no México, na qual aparecia uma bandeira de Portugal com vários defeitos. Segundo um especialista em heráldica, verificou-se os seguintes erros. “Se repararmos bem, a esfera armilar assenta numa superfície branca - o que não acontece na versão oficial -, os castelos interiores não se apresentam nesta posição, as torres não estão voltadas para o centro do escudo, deveriam sofrer uma rotação de 90º e depois há a questão dos escudos que são demasiado pequenos. Tudo me leva a crer que foi fabricada para desenrascar. Para evitar os recortes usaram a superfície branca e a esfera armilar está mal feita",

Catering - Muitos eventos, têm ou banquetes, ou refeições informais ou até mesmo serviço de catering para imprensa. É óbvio que é difícil agradar a todos, mas um evento, mesmo que não tenha carácter internacional, deve ter sempre disponíveis diferentes opções de catering, sendo que a opção vegetariana deverá ser quase uma obrigação. No entanto é importante ter 
outras opções ou então quando for possível, verificar previamente junto dos convidados que restrições alimentares, sejam elas por motivos de saúde ou de religião, poderão existir.

Ofertas - Sempre que se fala de ofertas, assinalam-se habitualmente algumas das preocupações a ter em conta, para que a oferta de algo seja um momento agradável, um momento de cortesia e não um momento de mau estar. É sempre importante quando são clientes habituais, saber quais os presentes oferecidos nos anos anteriores, ter em conta questões culturais, como religião, por exemplo e ter também muitas vezes em consideração que um determinado presente poderá não ser compatível com a viagem que esse nosso cliente irá efectuar, tendo de transportar o presente.

Clima/Dress code - Muitas vezes, é habitual que muitos eventos tenham momentos em que é solicitado aos participantes um determinado dresscode, nomeadamente quando são eventos com duração de mais de um dia.

A definição de um dress code deve ser feita em função do acontecimento em si, mas também das condições climatéricas previstas para esse momento. 

Se tivermos a falar de um evento com vários convidados internacionais, é importante perceber que muitas vezes os seus próprios valores culturas é que definem o dress code, para um determinado momento, mas que por exemplo pode não ser compatível com um clima muito frio, por exemplo.

Ao falarmos de protocolo num evento, devemos ter em conta muitos pormenores, muitos detalhes e trabalhar em parceria com todas as vertentes de organização do evento, o que irá ser determinante para o sucesso final.

Miguel Macedo

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Uma TV, diferentes conceitos



Acompanhando um fenómeno cada vez mais recorrente no desporto mundial, os principais clubes portugueses têm vindo a apostar na televisão como uma das âncoras da sua estratégia de comunicação. 

Pelas suas características, este é um meio que permite chegar facilmente a um determinado público e suficientemente enraizado nas sociedades contemporâneas. No que respeita ao panorama futebolístico nacional, o Benfica foi o primeiro a avançar, com a fundação da Benfica TV, em 2008. Recentemente, o FC Porto assumiu a gestão do Porto Canal e Marítimo e Sp. Braga contam com espaços próprios através do MEO Kanal. 

O próximo a apostar nesta área será o Sporting que, sabe-se agora, reduziu a corrida à implementação da Sporting TV a seis propostas.

Falamos de uma TV mas de diferentes conceitos. 
Capacidade financeira  e humana, infraestruturas, objetivos, todos constituem variáveis numa equação cujo resultado final deve ser positivo (leia-se “não constituir uma fonte de prejuízo). 

Essa foi, aliás, uma das razões para o processo de lançamento da Sporting TV ter registado atrasos. A volatilidade das receitas e custos obriga a certezas na hora de avançar para um projecto desta magnitude.

A própria Benfica TV, que é hoje um exemplo no mercado ao nível da sua gestão, começou por funcionar como uma forma de expansão da marca Benfica, assim como um meio de informação sobre o dia-a-dia da organização. 

Atualmente, é um canal premium e pioneiro na transmissão em directo dos jogos da sua equipa de futebol no respectivo campeonato. A forte  capacidade de infiltração no mercado e os meios financeiros e “know-how”, aliados à vontade de romper com o “establishment” ditado pela Olivedesportos, moldaram o ADN da Benfica TV nos dias de hoje: um canal cada vez mais ciente da importância das transmissões em directo, onde os jogos da equipa principal de futebol funcionam como a “pièce de résistance”, aos quais se juntam os direitos da Premier League. Fruto da vasta rede de adeptos, o canal consegue fugir às amarras do mercado português – onde, ressalve-se, tem registado enorme sucesso – e expandir-se para outras zonas do globo (número total superior a 210 mil assinaturas, segundo números oficiais). Só dessa forma é possível aguentar a carga de sensivelmente 9 milhões de euros/anuais em custos.

A situação do FC Porto é ligeiramente diferente. Falamos aqui um canal já existente, o Porto Canal, cuja gestão foi assumida posteriormente pelo FC Porto. Não constituindo, digamos assim, um meio oficial de comunicação do clube, a verdade é que o Porto Canal atua sob o símbolo do FC Porto, através da cobertura do panorama futebolístico do clube, passando pelas suas modalidades. Mas, acima de tudo, nota-se aqui uma componente fortemente regional. Aliás, o mote sob o qual a equipa de informação trabalha é elucidativo desse objetivo:  "um clube, uma região, uma televisão". 

A capacidade de penetração é menor, quando comparada, por exemplo, com a registada por Benfica, tanto a nível nacional como internacional. 

Esse é, acrescente-se, um dos problemas a ultrapassar na elaboração de campanhas de marketing. O fator proximidade é uma barreira de peso, exacerbada pela paixão inata ao futebol. E se é verdade que tanto Benfica, Sporting e FC Porto têm maior capacidade para furar essas barreiras, não deixa de ser complicado levar a cabo uma campanha de angariação de sócios bem-sucedida em Lisboa quando o clube em causa é o FC Porto. Ou o Benfica na cidade Invicta.

As apostas de Benfica e FC Porto sugerem conceitos diferentes, com formas de sucesso igualmente distintas no método de avaliação. 

No primeiro caso, a luta contra o “status quo” e a forte internacionalização são consequências de uma base de apoio enorme, que permitiram criar um canal por subscrição com conteúdos que exigem maior investimento; no segundo caso, a tremenda força que o FC Porto tem na região possibilita a exploração do sentimento de pertença à zona geográfica e ao seu clube mais representativo.

João Socorro Viegas

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O Ritmo e a Comunicação Organizacional!


Toda a esfera musical pode ser um exemplo para o mundo organizacional, e o ritmo não é exceção. 

Para os músicos o ritmo é uma linguagem própria de comunicação para fazer passar uma mensagem, e nas organizações passar uma mensagem é uma prática diária, será que estamos comunicar eficazmente?

O ritmo acaba por estar em toda a parte (ritmo musical, ritmo de vida, ritmo cardíaco, etc.), sendo uma linguagem musical, e um componente crítico dos instrumentos de percussão, este é usado desde a idade média para comunicar entre aldeias, ou mesmo em campo de batalha.

No mundo atual, comunicar entre pessoas, empresas, comunidades ou mesmo países é prática comum, mas será que comunicamos de uma forma acertada?

Se formos buscar a resposta ao mundo musical, pudemos mesmo dizer que os bateristas são tradutores do ritmo, ou seja, pessoas especializadas numa determinada linguagem que tem que utilizar esse mesmo meio linguístico de uma forma bastante clara e contextualizada para desta forma o público perceber o que queremos dizer e ao mesmo tempo pudermos comunicar com o restante grupo de músicos que nos rodeia. Essa mensagem terá que ser concisa, e específica para cada contexto musical, o mesmo terá que acontecer no meio organizacional.

Toda uma organização terá que encontrar uma só voz que será definida através da comunicação estabelecida entre as pessoas que a compõem, assim, é bastante claro que a comunicação organizacional passa a ser uma das chaves para o sucesso. 

Mas todas as pessoas terão que comunicar da mesma forma?
Não, assim como os músicos são especializados em determinadas linguagens musicais e contextos (jazz, pop, funk, rock… etc) as pessoas também terão que ter uma noção da sua especificidade e linguagem onde estão mais à vontade, as competências de cada individuo serão o caminho para procurar as ferramentas comunicacionais que existem dentro de nós, e fazermos com que consigamos comunicar melhor.

Todos nós temos ferramentas próprias e só temos que as desenvolver e tornar-nos melhores comunicadores, para melhorar todo o contexto organizacional e social que nos rodeia.

Desta forma, equiparo uma organização a uma orquestra, apesar da linguagem musical ser completamente diferente da linguagem organizacional, os princípios para alcançar o sucesso acabam por ser os mesmos. 

Uma orquestra será constituída por inúmeros instrumentos e músicos, logo teremos várias vozes e personalidades, uma organização não será muito diferente, sendo constituída por vários departamentos e colaboradores.

Comunicar entre os diversos departamentos ou instrumentos musicais não será tarefa fácil, mas uma comunicação clara e adequada ao contexto, baseada no conhecimento e competências de cada um será a chave para a excelência.

Para desenvolver uma linguagem musical madura e definida é preciso muita dedicação e um estudo contínuo, através desse estudo e pesquisa vamos encontrar uma identidade própria.

Assim, através desta premissa torna-se claro que as organizações terão também que encontrar uma identidade no meio de toda a concorrência e mercado feroz, para alcançar o sucesso.

Mas serão os recursos humanos e a sua comunicação responsáveis por essa identidade?
Claro que sim, como todos projetos musicais são influenciados pelos músicos que o compõem, uma organização é o espelho dos seus colaboradores, torna-se claro que o investimento das organizações tem que passar pelos seus colaboradores tanto na hora de os recrutar como os desenvolver através de uma formação continua e o do desenvolvimento das suas competências.

Este será um caminho para desenvolver métodos de expressão eficazes e adequados, que por sua vez vão levar a uma comunicação sólida e concisa, sendo esta uma peça fundamental para atingir o sucesso. 

Francisco Lima 

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Grandes líderes, grandes comunicadores


A história da humanidade está repleta de discursos poderosos proferidos por líderes que, para o bem ou para o mal, mudaram o mundo e de que são exemplo Jesus Cristo, Isabel I de Inglaterra, Adolf Hitler, Eva Perón e Nelson Mandela.

Os seus discursos tiveram tal impacto junto dos seus contemporâneos que permanecem na memória coletiva.

É, pois, impossível dissociar o exercício da liderança da capacidade de comunicar.

É através da comunicação que os líderes fazem valer os seus propósitos e alcançam seguidores.

Três segredos dos grandes comunicadores

Quando se fala na arte de bem comunicar há uma certa tendência para se listarem inúmeras técnicas, estratégias e regras. Existem, porém, alguns princípios que parecem ser transversais a todas as comunicações de excelência.

Segundo o norte-americano Geoffrey A. Moore (1), especialista em gestão, orador profissional e autor de best-sellers, a arte de bem comunicar pressupõe o cumprimento de três regras básicas:

  1. Não se prejudicar, isto é, realizar apresentações sem qualquer prejuízo para a sua reputação;
  2. Conseguir entusiasmar os ouvintes, ou seja, levar a audiência a partilhar o seu entusiasmo pela ideia, projeto ou produto que apresenta;
  3. Mudar a forma como a audiência vê o mundo, pelo facto de conseguir
    estabelecer uma estreita ligação com todas as pessoas que dela fazem parte.

Se observarmos discursos históricos de grandes líderes percebemos o quanto estas regras básicas de Moore fazem sentido.

Mensagens históricas de grandes líderes

A título de exemplo, destacam-se aqui três personagens históricas que com os seus discursos lideraram grandes mudanças, dando voz a grandes causas (2):

- Mohandas Gandhi (1869 -1948),figura influente na história da Índia, que ficou conhecido pelos seus discursos motivadores que incitavam o povo a lutar pelo seu país contra o domínio britânico através de uma resistência passiva e não violenta. Do discurso que proferiu em Benarés, na Índia, em 4 de fevereiro de 1916 destacam-se as seguintes palavras: “Se pretendemos a autodeterminação, temos que conquistá-la”.
- Martin Luther King (1929 -1968), que lutou ativamente pela abolição da discriminação racial nos E.U.A., em defesa dos direitos civis, e inspirou milhares de pessoas com as suas palavras. Foi durante a Marcha sobre Washington, organizada em 23 de Agosto de 1963, que Luther King proferiu um dos maiores discursos da história perante 250.000 pessoas: “I have a dream”. No ano seguinte foi galardoado com o Nobel da Paz.
- Nelson Mandela (1918 – Presente) dedicou uma grande parte da sua vida à luta contra o apartheid, tendo promovido uma ativa campanha de resistência não-violenta. Depois de ter sido condenado a prisão perpétua em junho de 1964 e libertado em 11 de fevereiro de 1990, recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1993 (o qual foi partilhado com F.W. de Klerk) e tornou-se presidente da Africa do Sul no ano seguinte. No discurso de tomada de posse, em 10 de maio de 1994 (Pretória), Mandela disse aos seus compatriotas e ao mundo: “Chegou o momento de construir”.
Pelas suas causas e pelos seus discursos, estes personagens da história mundial podem ser hoje apontados não só como grandes líderes mas também como grandes comunicadores.
Livros recomendados:
(     (1) Segredos Simples dos Melhores Comunicadores, de Carmine Gallo
 (2) 
Grandes Discursos da História, de Manuel Robalo e Miguel Mata
       Por Ana Santiago

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O que vem depois de Atingir a Meta


Fazer parte da organização de um evento calendarizado, ou seja com uma frequência anual, significa entrar num processo cronológico inevitável, claramente definido no tempo e que por isso mesmo se assume muitas vezes como uma meta a atingir.


Normalmente o sinónimo de meta é o final de algo, o terminar de uma tarefa, no desporto em particular no atletismo significa o momento pelo qual nos empenhamos em x quilómetros e que queremos atingir.


E o que acontece depois de um atleta chegar à meta? A prova acabou? O seu trabalho enquanto atleta está terminado?

Em parte sim, o grande objectivo foi conseguido sem dúvida, mas isso não significa que tenha terminado o seu trabalho. É habitual e aconselhado por especialistas, vermos praticantes de atletismo após certas provas, nomeadamente as de maior duração, após alguma descanso a efectuar alongamentos, a correrem lentamente, isto para além de massagens e reposição de valores nutricionais e líquidos fundamentais para uma boa recuperação. 


E quando o evento em que estamos envolvidos termina, será que devemos fazer como a maioria dos atletas, ou simplesmente uma vez terminado o evento, já não se pensa mais no assunto.


O correcto é sem dúvida, partir de imediato para uma avaliação do evento, juntamente com as diferentes equipas de organização, avaliar o se os objectivos propostos foram ou não atingidos, avaliar o que correu mal e o porquê, o que falhou, o que pode ser melhorado e assim lançar de imediato as bases para uma boa preparação para o ano seguinte.


A meta, nunca pode ou deve ser um fim em si mesma, mas de certa forma um ponto de partida para um novo trabalho, para uma nova edição desse evento.


Pessoalmente, quando termino um evento, fico com a cabeça cheia de novas ideias para uma nova edição, para aperfeiçoar certos mecanismos, para inovar, para acima de tudo querer fazer mais e melhor ainda do que já foi.


Nenhum evento, por mais repetido que seja ao logo dos anos, com inúmeras edições, pode ser considerado um evento perfeito e por isso não ser alvo de avaliações e posteriores melhorias. Quando isso acontece, estamos normalmente perante o definhar mais ou menos rápido desse mesmo evento e não faltam exemplos disso.



Avaliar um evento, pensar em como tudo correu e a partir daí avançar para novas ideias, para aperfeiçoar mecanismos e processos é fundamental para o sucesso de um evento. 

Miguel Macedo

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

América: o primo afastado que gostamos de criticar e com quem tanto temos a aprender


A política norte-americana é uma das realidades mais criticáveis do mundo atual: tem ruído a mais, gastam-se milhões de dólares nas campanhas e as corridas presidenciais demoram um tempo que chega a parecer insano. 

Acresce a tudo isto que o sistema político em Washington está de tal modo blindado a excessos de poder que tende a ser disfuncional: Casa Branca e Congresso estão numa constante fricção, sobretudo num tempo como este, em que o Presidente é democrata e a Câmara dos Representantes é dominada pelos republicanos, com um forte pendor da ala radical (o tão falado «Tea Party). 

Há dados que apontam para um certo enfraquecimento do poder americano. 

A forma como Barack Obama perdeu a condição de «ás de trunfo» para Vladimir Putin na gestão da crise síria acabou de custar ao Presidente dos EUA a perda do estatuto de «homem mais poderoso do Mundo», precisamente para o homólogo russo, no «ranking» recentemente divulgado pela «Forbes». 

Quando se avalia o «poderio mundial» dos EUA, tendemos a medir a força bélica. Nesse plano, e apesar dos cortes orçamentais já em curso no Pentágono, a diferença da América para todos os outros apenas diminuiu. Mas continua ser enorme. 

Já foi maior? Certo. Há cinco/dez anos, o exército americano, sozinho, era mais poderoso do que o dos 20 países seguidos. Agora a diferença não é tão grande, de facto. Mas os EUA mantêm-se mais fortes que os oito exércitos que se seguem. 

O que é que isto significa? Significa que a América, mesmo neste mundo em mudança, com novas polaridades, continua a ser o país indispensável. 

Parece claro que a América está a deixar de ser a única superpotência. Há novos atores a emergir (Rússia, China e, em certos setores, também Índia e Brasil). Mas daí até sentenciarmos o fim do domínio americano vai um enorme passo. 

O 11 de Setembro de 2001 parecia ter sido a primeira machadada no poder americano. Mas os anos que se seguiram mantiveram a América no topo da agenda mundial. 

O «cisne negro» a anunciar o enfraquecimento viria em 2008: em plena excitação da campanha que elegeu pela primeira vez um negro para a presidência, os EUA caíam numa crise financeira inimaginável, que viria a infetar todo o sistema financeiro mundial, sobretudo o europeu. 

O que leva, então, tanta gente, em todo o Mundo, a continuar a olhar com puro fascínio para o que se passa na América? 

É aqui que entra o papel da comunicação política. Ele tem sido simplesmente decisivo na imagem que os EUA mantêm no resto do Mundo. 

Nós, europeus, temos uma espécie de relação contraditória com os americanos. Adoramos dizer mal deles, mas nos momentos decisivos sabemos que é do outro lado do Atlântico que se encontra a nossa maior âncora. 

As duas eleições presidenciais de Barack Obama foram a maior prova disso. Os méritos políticos do 44.º Presidente dos EUA foram importantes para o seu sucesso eleitoral (há até quem diga que Obama é bem melhor «candidato» do que tem sido «presidente»). 

Mas o que fez a diferença na «Obamania» (pura excitação em 2008, máquina eleitoral de impressionante eficácia em 2012) foi o sentimento de admiração e fascínio que o candidato conseguiu provocar. 

É fácil postular que «em política tem que se parecer genuíno». Mas não basta tentar vender essa ideia. Sem um candidato com as características certas, não há comunicação com toques de mágica. 

Barack Obama não foi, propriamente, inovador no uso da internet para uma campanha presidencial americano. Al Gore, em 2000, fez uma experiência ainda incipiente (estava tudo muito no início no mundo www) e Howard Dean, nas primárias democratas de 2004, foi pioneiro no sistema de recolha de financiamento privado, via net. 

Mas a grande transformação deu-se com Obama-2008: a recolha «grassroots», na base, porta a porta, e com um efeito multiplicador (quem era «convertido» passava também a, localmente, angariar apoiantes e pequenos doadores). 

Barack Obama tinha feito uma experiência em escala menor na campanha para o Senado pelo Illonois em 2004, com um super resultado de 70% nas urnas. O caminho estava no início, mas parecia inexorável. 

A comunicação na política americana está baseada no indivíduo e não no coletivo. Contam muito mais as personalidades do que os partidos e também por isso é fundamental saber «vender» a história de vida. 

A narrativa pessoal que Obama conseguiu divulgar (com uma história comovente da mãe idealista que apostou na educação do filho promissor) foi decisiva para se perceber como foi possível que um país com tanto racismo como os EUA tenham eleito, por duas vezes, e de forma tão folgada, um negro para a presidência. 

E é essa sensação de singularidade, de capacidade de desafiar rótulos e inovar constantemente, que tornam a política americana tão especial. 

Mesmo que lhe apontemos tantos defeitos, continuamos a ter muito a aprender com ela.

Germano Almeida