Fazer parte da organização de um evento calendarizado, ou
seja com uma frequência anual, significa entrar num processo cronológico
inevitável, claramente definido no tempo e que por isso mesmo se assume muitas
vezes como uma meta a atingir.
Normalmente o sinónimo de meta é o final de algo, o terminar
de uma tarefa, no desporto em particular no atletismo significa o momento pelo
qual nos empenhamos em x quilómetros e que queremos atingir.
E o que acontece
depois de um atleta chegar à meta? A prova acabou? O seu trabalho enquanto
atleta está terminado?
Em parte sim, o grande objectivo foi conseguido sem dúvida, mas isso não
significa que tenha terminado o seu trabalho. É habitual e aconselhado por
especialistas, vermos praticantes de atletismo após certas provas, nomeadamente
as de maior duração, após alguma descanso a efectuar alongamentos, a correrem
lentamente, isto para além de massagens e reposição de valores nutricionais e
líquidos fundamentais para uma boa recuperação.
E quando o evento em que estamos envolvidos termina, será
que devemos fazer como a maioria dos atletas, ou simplesmente uma vez terminado
o evento, já não se pensa mais no assunto.
O correcto é sem dúvida, partir de imediato para uma
avaliação do evento, juntamente com as diferentes equipas de organização,
avaliar o se os objectivos propostos foram ou não atingidos, avaliar o que
correu mal e o porquê, o que falhou, o que pode ser melhorado e assim lançar de
imediato as bases para uma boa preparação para o ano seguinte.
A meta, nunca pode ou deve ser um fim em si mesma, mas de
certa forma um ponto de partida para um novo trabalho, para uma nova edição
desse evento.
Pessoalmente, quando termino um evento, fico com a cabeça
cheia de novas ideias para uma nova edição, para aperfeiçoar certos mecanismos,
para inovar, para acima de tudo querer fazer mais e melhor ainda do que já foi.
Nenhum evento, por mais repetido que seja ao logo dos anos,
com inúmeras edições, pode ser considerado um evento perfeito e por isso não
ser alvo de avaliações e posteriores melhorias. Quando isso acontece, estamos
normalmente perante o definhar mais ou menos rápido desse mesmo evento e não
faltam exemplos disso.
Avaliar um evento, pensar em como tudo correu e a partir daí
avançar para novas ideias, para aperfeiçoar mecanismos e processos é
fundamental para o sucesso de um evento.
Miguel Macedo
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