O episódio mediático em torno do tamanho da saia da Consultora do Presidente da República para os Assuntos da Juventude e Desporto durante a cerimónia de condecoração do futebolista Cristiano Ronaldo com o grau de Grande- Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, no passado dia 20 de janeiro, levou-me a fazer a seguinte reflexão.
A indumentária com que Carla da Cruz Mouro, 36 anos, se apresentou devia ter sido objeto de notícia?
Não.
A saia sobrepôs-se ao acontecimento?
Não no dia do evento, mas nos dias que se seguiram sim, principalmente nas
redes sociais. Os chamados especialistas de etiqueta, moda e comportamento social encheram páginas com as suas opiniões, gerando outras tantas fofoquices….
Felizmente, nem todos os Órgãos de Comunicação Social enveredaram pelo fait-divers. É preocupante quando, com tantos assuntos graves que se passam atualmente no país, alguém esteja interessado em espreitar por debaixo da saia…
A Presidência da República Portuguesa, como é óbvio, deixou “morrer” o assunto, optando por não fazer qualquer tipo de comentário. E fez bem.
A questão é simples. A “polémica” era evitável? Sim.
É claro que Carla da Cruz Mouro tem todo o direito de vestir o que bem lhe apetece!
A não ser que a Presidência da República estipule um código de conduta quanto ao vestuário, a consultora de Cavaco Silva tem a liberdade de vestir o que quiser. Será que se veste assim todos os dias para o trabalho ou apenas em cerimónias oficiais daquela importância? Sinceramente…isso interessa?
Há uma coisa que se chama bom senso. O assessor ou consultor, quando se encontra no exercício das suas funções, deve ser discreto exatamente para não desviar atenções do que é realmente importante. A ocasião em si obriga a uma maior sobriedade e contenção.
Carla Mouro está ali para fazer o seu trabalho. Ninguém se esqueça disso.
Mesmo que o Cristiano Ronaldo esteja a ser agraciado pelos seus feitos desportivos. Agora, quanto menos o público e a Comunicação Social repararem que ela lá está, melhor. É sinal de que o trabalho está a ser feito corretamente e dentro do planeado.
O consultor ou assessor só deve ser protagonista quando tem que dar a cara pela empresa/instituição que representa, obedecendo sempre a orientações superiores.
Dulce Salvador
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