A comunicação institucional nas redes sociais está a ganhar um
novo fulgor no Brasil, graças ao projecto da autarquia de Curitiba, a capital do
Paraná no Brasil.
A comunicação institucional nas redes sociais está a ganhar um novo fulgor no Brasil, graças ao projecto da autarquia de Curitiba, a capital do Paraná no Brasil.
Desde março, as páginas da autarquia nas redes começaram a ganhar um perfil
mais informal, que tenta aproximar os munícipes da cultura e dos símbolos
locais.
São comuns os comentários irónicos sobre o clima instável na cidade como:
"neste momento temos 16 ºC e a
perspectiva de tirar e colocar a blusa várias vezes durante o dia de hoje";
ou: "o mundo falando do eclipse
lunar de ontem que durou 78 minutos e ninguém ainda se deu conta do eclipse
solar que já dura 49 horas em nossa cidade".
No Brasil, a participação nas redes por parte das administrações públicas não é muito habitual. São Paulo por exemplo nem sequer tem um perfil oficial no Facebook. No Rio de Janeiro, o tom dos “posts” é o mesmo da agência oficial da autarquia.
No Brasil, a participação nas redes por parte das administrações públicas não é muito habitual. São Paulo por exemplo nem sequer tem um perfil oficial no Facebook. No Rio de Janeiro, o tom dos “posts” é o mesmo da agência oficial da autarquia.
Decisão de reformar faróis do saber não tem relação com fato deles serem seguros em caso de invasão zumbi. Obrigado. pic.twitter.com/UHmcKZ6PIp
— Prefeitura Curitiba (@Curitiba_PMC) 14 abril 2014
De acordo com os seus
responsáveis a forma “curitibana” de atuar na internet foi inspirada em exemplos
internacionais, como o de Barack Obama (tanto a campanha quanto a gestão de
comunicação da Casa Branca) e das autarquias de Berlim, Nova York, Amsterdão e
Paris.
Informamos que não há robôs gigantes circulando por Curitiba. Quando houver, não os deixem pisar na grama. Obrigado. pic.twitter.com/gGJ1Hvub3X
— Prefeitura Curitiba (@Curitiba_PMC) 11 abril 2014
Para mim este é um caso
prático de uma correta utilização das redes sociais em prol do cidadão! Estão a utilizar as ferramentas
para o objectivo principal de criar diálogo!
Eles comentam qualquer comentário e nenhum pedido de informação fica sem
resposta!
Da mesma forma que uma marca procura gerar entrosamento
com um consumidor para que ele adquira um produto, neste caso querem que os munícipes
consumam os produtos da sua cidade, participando de forma cívica na política da
mesma!
Existe, no entanto, o
cuidado de mediar as críticas para que o espaço não se torne uma tribuna de
ofensas, algo comum em plataformas da web. As críticas são mantidas, mas quando
há calúnia ou ofensas, o comentário é apagado e o usuário, comunicado do seu
bloqueio.
Outro procedimento utilizado
é nunca usar a imagem ou o nome do “prefeito” Gustavo Fruet (PDT). As páginas
pessoais de Fruet são administradas por outra equipa e embora às vezes se
aproxime na forma de actuação, é mais contida.
O objectivo declarado do
formato é chamar a atenção a partir das brincadeiras e embutir as informações
sobre a cidade.
Só profissionais, Justin! http://t.co/E0mfEN3KzX pic.twitter.com/2e7PV4VQTy
— Prefeitura Curitiba (@Curitiba_PMC) 11 abril 2014
O caso dos novos táxis é um exemplo assim como uma campanha para redução e
gestão mais adequada do lixo.
A autarquia de Curitiba atribuiu recentemente 750 novas placas de táxi. Na sua
página no Facebook, o órgão tratou de
informar que nenhum dos novos taxistas fazia o estilo de Travis Bickle, o
psicopata do filme "Taxi Driver", de Martin Scorsese.
Teremos 750 novos taxistas escolhidos com cuidado. Esse teria sua permissão negada. http://t.co/byklhN0Za3 pic.twitter.com/JJFVcFG6tH
— Prefeitura Curitiba (@Curitiba_PMC) 16 abril 2014
O post exemplifica
a estratégia de comunicação nas redes sociais adoptada pela administração
municipal, que vem ganhando fãs dentro e fora da capital paranaense. A página no Facebook é seguida por 204 mil pessoas, quase 20% da população da cidade.
No Twitter, são outros 27 mil
seguidores.
Para
os responsáveis o objectivo é destruir a ideia que Curitiba é uma cidade fechada
e de população sisuda.
Helder Gonçalves
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